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Linkedin primeiros passos: como ter e saber usar

Por: Eliana Rezende Bethancourt

O mundo pós surgimento de pandemia apresentou enormes dificuldades em relação ao mundo do trabalho e emprego. Milhões pelo mundo perderam seus empregos e o Linkedin surge para muitos como uma espécie de janela para oportunidade. Uns, para conseguir uma recolocação, outros por força de circunstâncias ou escolhas pessoais um caminho para empreender. Entretanto, como ocorre em todos os lugares que são novos para seu usuário as dúvidas vão se avolumando, fazendo com que muitos se sintam simplesmente perdidos.

Imagino que o começo de tudo é ter claro em primeiro lugar, o que de fato você deseja. Ou seja, quer estabelecer uma rede de contatos para Networking de longo prazo, eventuais parcerias, ou aprofundamento em temas e debates de sua área de competência? Ou quer apenas ver se encontra uma oportunidade e disparar alguns currículos?

O Linkedin, como toda e qualquer forma de relacionamento, pode ir melhorando com o tempo. Você vai conhecendo pessoas e estas a você, vai vincando sua “marca pessoal” e ganhando com isso credibilidade. A pressa nesta circunstância é prejudicial e não o levará a lugar algum. Por isso, olhe a ferramenta como um campo de plantio. Se não cuidar e cultivar não conseguirá resultados. E estes nunca virão em tempo instantâneo.

Por isso, algumas dicas:

Tente não ser aquela pessoa que parece, a quem vê seu currículo ou sua postagem, que é mais um desesperado pedindo peloamordeDeus uma vaga. Ou daqueles que mascateiam o tempo todo: “vendem” de tudo, ou simplesmente são repetitivos e insistentes demais com postagens que, às vezes não possuem o apelo ou interesse do público alvo. É preciso que sua experiência e autoconhecimento o ajudem a entender quando precisa mudar a direção do quê ou como propõe as coisas.

Neste artigo procurei me concentrar em diferentes pontos que o usuário da plataforma precisa ter em mente ao preencher seu perfil. O conjunto destas dicas de boas maneiras, ações e comportamentos que auxiliam num bom relacionamento em rede denominamos de Netiqueta, e que são regras de etiqueta aplicadas à redes sociais. O Linkedin também possui as suas. Portanto, vamos conhecer algumas destas regras de Netiqueta aplicadas ao Linkedin.

Está começando agora, é recém formado, não sabe como preencher e o que colocar em seu perfil?
Então está na hora de ler este artigo:

Vamos a isso?

Como dar visibilidade ao seu perfil?

  1. É fundamental preencher seu perfil por completo!

Em geral, as pessoas por pressa ou mesmo por não saber como, são sintéticas demais e deixam muitos campos e áreas sem preenchimento. Vejam, a plataforma oferece muitos campos e muita facilidade para o seu preenchimento. Permite inclusive anexar documentos em formato Word, PDF, apresentações, Slideshare dentre outros recursos que auxiliam a defini-lo como profissional e sua área de atuação. Explore isto!

É necessário lembrar-se que você está numa rede profissional e precisa mostrar o que pensa, como pensa e como atua. Por isso, forneça o máximo de pistas neste sentido.

Ao iniciar o preenchimento de seu perfil decida-se de uma vez por todas se o fará em português ou outro idioma. Isto é muito importante. Ás vezes a pessoa imagina que colocar uma descrição em inglês, por exemplo, e o restante em português é interessante. Sou da opinião que você deve redigir tudo em excelente ortografia e coerência. Se não dominar completamente outro idioma escreva em bom português. É melhor um bom português do que uma outra língua fruto de tradutor de Google. Também escolha uma idioma só para escrever. É muito confuso ver trechos num idioma e trechos em outro. Se não pretende sair do país escreva em português fluente e correto, e ponto! Não complica.

O preenchimento deve também levar em conta uma regra universal que é a de NÃO utilizar as letras em caixa alta. Usá-las em rede significa que você está gritando. Portanto, não use sob nenhuma hipótese a letra em caixa alta, mesmo que seja apenas para seu nome ou profissão.

Ao preencher seu perfil tome em conta palavras-chave que dão a exata dimensão da sua área de atuação profissional. Certifique-se de que elas favoreçam sua localização em um mecanismo de busca. Pense em hastags que possa usar para te identificar.
Evite hifens, traços, pontos e vírgulas, desenhinhos figurinhas divertidas ou outros sinais que provavelmente confundirão tais mecanismos de busca. NUNCA utilize estes sinais gráficos para compor seu nome (quer no princípio, quer no final). Usar isso significará que não será encontrado de forma alguma em uma busca por nome ou atuação feita pelo algoritmo. É preciso que você pense em maneiras de facilitar que recrutadores ou clientes te encontrem rapidamente, e por isso escolher as palavras certas é tão importante.

E reforço: em toda esta construção do seu perfil, explore as palavras-chave que ajudam a te identificar.
O Linkedin possui algoritmos que adoram encontrar termos que ele usa. Explore isso!
Não sabe como fazer? Faça buscas por perfis semelhantes ao teu e descubra as que melhor te definem.

Ao preencher os campos como: Experiência ou Formação Acadêmica, forneça mais do que o nome da instituição.

No campo Experiência, procure sintetizar qual foi sua função e os trabalhos que desenvolveu. Procure pensar que este é o momento em que você falará sobre como transita na sua área de atuação e de que forma contribui para tornar sua experiência boa não apenas para você, mas eventualmente para uma instituição e para seus colegas de trabalho. Lembre-se: “desempregado” não é ocupação ou profissão, portanto, nunca coloque isso como sua identificação. Utilize sempre ou sua última função, ou o termo que seja mais adequado caso pense em mudar de área de atuação. Aquela palavrinha que você ouviu por aí que virou modo por um um tempo: “em transição de carreira”, não esclarece nada. Ninguém sabe onde você estava e para onde quer ir. Seja claro e objetivo e diga à saída o nome da função ou ocupação que pretende. Sem voltas, por favor. Direto ao ponto.

No campo Formação Acadêmica, busque colocar além do nome da instituição a formação obtida, cursos complementares e eventualmente linhas e programas escolhidos (em especial nos casos de Especialização, Mestrado e Doutorado). Se você é recém formado ou sem experiência use este campo para tentar mostrar de que forma sua escolha intelectual poderá lhe ajudar a atuar como profissional. Explore isso e deixe claro o que aprendeu em sua formação. Na profissão pode escrever: “professor em formação”, “escritor em lapidação”, “Arquiteto em construção, por exemplo. Seja criativo!

Ao mesmo tempo, não misture as duas coisas (formação acadêmica e experiência):

Ao colocar o nome de sua instituição não misture à sua atuação. Sua Faculdade não é o seu Emprego. Explico: às vezes, a pessoa coloca “professor” num campo e em seguida coloca o nome da instituição que cursou sua faculdade, mas ela não que deu aula ali. É importante que você deixe claro onde estudou e que o separe de sua área de atuação.
Ou pior: há pessoas que colocam o nome da instituição e não dizem que curso fizeram! SEMPRE indiquem isso, e a seguir, se considerar necessário coloque a área que atua, já que muitos não atuam no curso que fizeram. Por isso, coloque cada coisa em seu devido lugar. Se você não se preocupar com isso seu perfil mostrará a confusão em que você se encontra e a dificuldade que tem entre separar as coisas.
Seja organizado.

Ainda falando de instituições: não use apenas siglas. As siglas fazem sentido para quem compartilha um mesmo ambiente, cidade ou estado. Em outro lugar elas não farão nenhum sentido. O Linkedin é uma plataforma que permite que seu perfil seja visto no mundo todo. Por isso, escreva o nome da instituição completo, seguido pela sigla e a cidade e Estado a que pertencem. Pode parecer bobagem, mas as pessoas não precisam saber o que suas siglas significam.

Outra situação a ser evitada: colocar um currículo qualquer ou mesmo Lattes em PDF. Ninguém irá abrir!
A plataforma do Linkedin é exatamente feita para que a pessoa que esteja fazendo a seleção tenha ali todas as informações. Portanto se esmere em deixar TUDO na plataforma sem anexar outros currículos. Se tiver coisas importantes a citar ESCREVA.
E mais uma coisa: o Linkedin não é Lattes, por isso, as informações precisam ser bem mais objetivas e diretas. Tal como as redes, as plataformas Lattes e Linkedin são diferentes, com objetivos e recursos diferentes. Cabe a você mediar tais informações adequadamente.

2. Tente obter indicações de outros profissionais

Ainda no preenchimento do perfil, auxiliam muito, as indicações profissionais ou de formação educacional. Ter tais indicações dão a medida do profissional que é, dito por quem conviveu com você. Mas lembre-se: muitas de tais indicações poderão ser checadas por futuros empregadores. Não coloque ali nada que de fato não tenha realizado. Isso seria uma péssima publicidade pessoal e profissional, além de falha ética!

Por outro lado, não constranja profissionais que acabou de conhecer na rede solicitando indicação. Este pedido deve ser feito para pessoas que de fato te conhecem e podem recomendar seu trabalho porque trabalharam com você, ou conhecem sua reputação.

Sobre tais recomendações e as formas de fazê-las saiba mais aqui:

3. Crie uma URL personalizada

O Linkedin também oferece a possibilidade de você ter uma URL personalizada que contenha seu nome. Configure uma para você. Onde? Aqui:
Outro recurso disponível é você configurar seu perfil para deixar claro que está disponível para uma vaga. As diferentes funcionalidades para isso, além de como fazer buscas por vagas. Aqui alguns links fundamentais:

Procura por emprego de maneira privada

Informar aos recrutadores que você tem interesse em um novo emprego

Defina suas preferências de deslocamento para pesquisas de emprego

Mostrar, ocultar e editar seu perfil público

4. Como escolher a foto adequada?

Agora chegamos a um ponto sensível.

Não é meu objetivo fazer uma lista de “nãos”. Mas creio que alguns pontos são fundamentais e gostaria que os tomassem como sugestão.

Em primeiríssimo lugar: sua foto do perfil deverá funcionar como sua imagem profissional.

É sua identidade, passaporte para a empresa ou para o ramo de atividade que quer desenvolver. É, portanto, pessoal e intransferível. Sendo assim, não lhe parece estranho você estar ao lado de alguém (filhos, companheiros/as, amigo/a), ou ter ao fundo uma paisagem de férias e descontração ou mesmo estar vestido para as mesmas? Sei que em fotos de descontração tendemos a estar mais soltos e sorridentes. Mas temos que avaliar se esta imagem é adequada para nossa área de atuação.

Lembre-se:

A boa impressão e imagem postada andam juntas neste caso. Seu companheiro, amigos, parentes ou filhos não são você como profissional: atente para isto!

Vejam, as áreas criativas tendem a ser mais beneficiadas neste sentido e o rigor é menor. Mas em outras áreas há um ‘dresscode‘ que precisa ser considerado.

Fique de olho também para a qualidade desta imagem. O perfil do Linkedin impõe um determinado tamanho para a mesma. Se esta for grande demais ao compactá-la você a poderá distorcer e comprometer a nitidez e definição. Cuidado com aquelas fotos que você recorta porque acha que está bem e aí sobra a parte de um outro corpo: vem mãos, braços, orelhas, cabeças de quem estava do seu lado e você cortou. Por favor, seja caprichoso!
Tente pensar em foco e ângulo. Não há nada mais irritante para alguém que tem que ver centenas de currículos se deparar com uma foto em diagonal ou de ponta-cabeça. Facilite…

Se os homens precisam zelar para não aparentar desleixo ou desconcentração demais, como camisas abertas, gravatas afrouxadas, bermudas ou afins; para as mulheres fica ainda bem mais difícil, explico:

As mulheres precisam tomar cuidado com excessos de brincos, colares, estampas, maquiagem. O espaço da foto é pequeno e às vezes tantos acessórios acabam escondendo a pessoa. Deve-se ter cuidado com decotes, cavas e afins. Você não vai desejar que tenham uma imagem errada ou equivocada de você. Na maior parte das vezes o ditado “menos é mais” se aplica.

Ah! e por favor sem fotos fazendo biquinhos com a boca. É uma foto completamente fora de propósito para esta rede social. Guarde os biquinhos para outras redes.

Se o corpo fala quando for tirar uma foto de braços cruzados cuide para não dar a impressão de que é uma pessoa fechada demais e que não aceita críticas. O braço cruzado tem esta leitura de não abertura. Se optar por ela coloque um bom sorriso no rosto para equilibrar o peso dos braços cruzados.

Uma dica fundamental antes de escolher uma foto é se perguntar:

– “na minha entrevista de emprego eu apareceria da forma como estou na foto?”

Se a resposta for sim e você tiver o mínimo de bom senso esta será a imagem adequada.

Ah! Não seja literal. É uma foto do perfil e não sua foto de perfil.

5. Invista na construção de uma rede forte. Mas como fazer isso?

Esta talvez seja a pergunta que mais movimenta as pessoas em seus objetivos quando decide criar um perfil no LinkedIn.

Repito aqui o que sempre digo sobre o assunto: aqui no Linkedin, quantidade não significará qualidade. Esteja atento a que suas escolhas de conexão sejam de fato pessoas que poderão agregar valor profissional à sua atuação. Sempre tome em consideração o porque quer fazer contato com uma pessoa e a faça saber! Ao dirigir-lhe um convite tome algum tempo e escreva uma mensagem personalizada. Isso já dá uma boa primeira impressão. Ás vezes você não terá uma segunda chance.

Outro ponto a considerar: Linkedin também é uma rede social, e como qualquer relacionamento custa a se fortalecer. E este fortalecimento virá a partir do momento que as pessoas te vejam como um profissional respeitável dentro de sua área de atuação. Por isso, construa um bom nome, uma boa reputação a partir da qualidade do que oferece como troca.

Como sugestão leia aqui como a rede LinkedIn é formada e como são seus graus de acesso a elas.

5. Faça bom uso das postagens

É importante que você compreenda que as postagens são seu meio de comunicação com esta rede que você está tentando construir com zelo e profissionalismo. Por isso, alguns cuidados são fundamentais:

Sempre analise a pertinência do que posta e o quanto esta postagem tem de fato a ver com sua atuação profissional e da sua rede profissional.

Enquanto em outras redes você pode falar sobre qualquer coisa, e estas não precisam ter que ver com nada que seja sua atuação profissional, por aqui a coisa é diferente. Necessariamente precisa ter em mente esta conexão.

E só para reforçar:

  • Nunca, nem sob tortura, poste temas que sejam irrelevantes, propagandas e vendas que não interessem a ninguém a não ser a você mesmo. Não distribua SPAM!

RESUMINDO:

  1. Preencha seu perfil por completo: não misture formação com ocupação! O nome de sua Faculdade não é o seu emprego ou função.
    Desempregado não é função. Portanto, dê o nome certo a função que é capaz de desempenhar e/ou a que irá investir como carreira.
  2. Obtenha indicações de outros profissionais
  3. Crie uma URL personalizada para chamar de sua
  4. Escolha uma foto que seja adequada ao seu perfil profissional: você não está de férias, a passeio ou procurando um relacionamento.
  5. Invista na construção de uma rede forte: escolha pessoas que possam ajudá-lo a somar e crescer.
  6. Faça postagens adequadas à sua área de atuação ou ocupação. Gatinhos, autoajuda e ‘tenha um bom dia’ deixe para as outras redes.

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Algoritmos: os hábeis limitadores

Por: Eliana Rezende Bethancourt

Há tempos venho pensando, e com certo incômodo que a partir do desenvolvimento de ferramentas com fins claros de determinar perfis, gostos, nichos e vontades dos consumidores uma lógica perversa se deu e tornou-se um limitador.
Observe:
Todas as vezes que realizamos uma busca, qualquer que seja, imediatamente algoritmos começam a selecionar quais as respostas que são as nossas preferidas, e dia-a-dia, pesquisa após pesquisa começam a aprender sobre nosso perfil, nossos gostos e desgostos. Isso por si só não seria o problema. O problema piora logo a seguir, pois para haver uma customização de nossos gostos e preferências, quase sempre somos levados aos mesmos lugares e quase que invariavelmente, às mesmas velhas respostas. É a famosa existência dentro de uma bolha.

Quase sem notarmos estamos fornecendo um padrão de comportamento que ao incluir determinadas opções exclui uma outra gama de possibilidades e alternativas diversas.

Vista sob esta ótica, a internet é portanto, finita e cerceada.
Explico:
As opções são infinitas até a primeira pergunta lançada em um buscador. A partir daí somos levados a andar por caminhos escolhidos por nós e armazenados por algoritmos. Quanto mais eficientes forem, mais nos tirarão possibilidades e caminhos inusitados. Andaremos em círculos, visitando sempre os mesmos lugares, pessoas, respostas, atividades, temas…

Nesta construção, as possibilidades de inovação e de sermos apresentados a algo completamente novo e diferente reduzem-se cada vez mais, a quase zero.

Uma vitória para as áreas de Marketing que querem em verdade vender um produto, ao mesmo tempo em que nos transforma em um. Embalados e vendidos ao mercado para sermos potenciais consumidores deste e daquele produto. Os algoritmos acabam por tornar a liberdade um produto quadrado e previsível, repetido infinitamente.

É uma lógica sem benefícios para nós usuários em uma primeira instância, mas com certeza a todo o conjunto da sociedade em um nível e alcance ainda maiores.

Ao acontecer esta lógica de mercado, ergue-se o muro contrário a toda e qualquer possibilidade de produção de Conhecimento e Inovação de forma espontânea. A internet, seus algoritmos e buscadores, fazem o contrário do que Conhecimento e Inovação necessitam. Afinal excluem o novo, o diferente, o inusitado. Levam-nos sempre aos mesmos lugares e por consequência às mesmas respostas e caminhos. Sair deste circulo vicioso e tortuoso requer por parte do que busca Conhecimento e Inovação um esforço extra: significará muito autoconhecimento.
Precisará se ter consciência do quanto está limitado dentro destes caminhos para tentar fugir desta  lógica cega e consumista tão favorecida por algoritmos, e tão amplamente usada pelo Marketing em geral.
E ainda não incluo aqui um outro conceito que é o de invenção. Muitas vezes até confundido com inovação. Mas que não é o caso aqui.
A inovação não necessariamente requer uma invenção! Na maior parte das vezes ela exige muito menos de quem a propõe, já que esta baseia-se em algo que já existe e faz simplesmente uma adequação, ampliação, um novo uso. Mas mesmo tomando-se a conceituação de inovação neste sentido, ainda temos muita limitação gerada pela forma como hoje buscadores e diferentes áreas se utilizam destes algoritmos.

Daí a afirmação que, ao invés de estarmos com alto grau de desenvolvimento tecnológico e de grandes descobertas, na verdade andamos às voltas com os mesmos lugares, respostas, caminhos. Em pouco tempo teremos um universo feito de restrições potenciais que só poderão ser quebradas por sujeitos conscientes e independentes. Algo cada vez mais raro, já que as pessoas cada vez mais delegam a botões, buscadores e algoritmos o que pensam ser a melhor escolha. O estatuto de “verdade” que grandes buscadores como Google alcançam no imaginário popular é avassalador e ao mesmo tempo destrutivo enquanto potencialidades.

E mesmo para as áreas de Marketing, que em teoria deveria prezar muito a inovação, ver-se-ão em pouco tempo igualmente restritas a um dado espaço e com um determinado perfil de usuário/cliente. E o que é mais grave: com quase ou nada a oferecer de novo, já que as grandes inovações tenderão cada vez mais a ser recusadas pela massa complacente de apertadores de botões e mesmices.

De outro lado, esta mesmice a que me refiro não se encontra apenas dentro da internet, encontra-se também nos meios que usamos para a utilizarmos. É só prestar atenção: desde que foram inventados computadores e celulares temos exatamente as mesmas telas, botões, funções.
Olhe os teclados: sempre os mesmos, olhe a sua sequencia…sempre as mesmas.
Observe o que cada tecla faz, e descobrirá que são sempre as mesmas coisas.
Os computadores não deixam de ser as mesmas caixas retangulares que nossos avós viram nascer a televisão, ou retroagindo um pouco mais os rádios. Telas escuras que reproduzem sons e imagens…
É uma caixa onde entretenimento é oferecido para se passar o tempo.

Até mesmo a forma de usarmos o telefone, suas teclas e sons são exatamente as mesmas e que já vem de muito longe, provavelmente desde a máquina de escrever. Não importa se seu aparelho é um iPhone de última geração ou aquele vendido em qualquer galeria de contrabando… não há inovação! Funcionam exatamente da mesma maneira. E o pior de tudo, é que não haverá mudanças substanciais. Em verdade, tais tecnologias precisam ser pobres, medíocres para que possam ser consumidas em larga escala. Trabalhar para a inovação aqui é segundo esta ótica, contraproducente. Como inovar a tal ponto que as pessoas simplesmente deixem de consumir porque não sabem como utilizar?
Donde se deduz que temos a tecnologia não para inovar, mas para atrofiar mentes e comportamentos, nada além disso.
Simples assim…

E ainda precisamos falar das “prisões” propiciadas por plataformas, aplicativos e outros brinquedos. Mantém entretidos e dispersos boa parte destes usuários desavisados. Assim, gigantes como Facebook mantém reféns seus usuários impedindo que saiam de seus domínios, não permitindo, por exemplo, que vídeos, matérias e outros recursos sejam notados por seus algoritmos. O usuário, sem perceber, só lê, assiste e visualiza o que é produzido e gerado ali dentro. E de lá só sai quando seu aparelho é desligado por falta de carga, pois em geral, as pessoas nem desligam mais seus aparelhos.
A sensação que tenho olhando isso tudo é a de que ofereceram uma prisão numa ilha com grades de frente para o mar. Esta é imagem que tenho. O prisioneiro ali dentro acha que tem um horizonte imenso à sua volta, no entanto está ali só e aprisionado.

A lógica do aprisionamento se repete atualmente com o uso de infinitos tipos de APP (aplicativos), alguns denominados super aplicativos como os que vem sendo utilizado na China. Neles TODAS as suas ações cotidianas podem ser feitas: de compras de legumes, pagamentos de contas, solicitação de transporte e movimentações bancárias, entre outras coisas. A contrapartida é ceder TODOS OS SEUS DADOS. Com isso, você se torna o grande produto do mundo em mercado. As implicações para este caso são muitas e variadas e nos colocam sob o impacto de uma rendição voluntária para o acesso às pretensas facilidades oferecidas: em todos os casos perda nossa segurança, privacidade só para começar.

Como dito por Lionel Bethancourt: “a tecnologia que nos deveria dar asas, acaba por nos impor grilhões”, e acrescento: com nosso consentimento e busca.

Mas então, como lidar contra estes hábeis limitadores? Sendo mais críticos e atentos que eles.
O objetivo deles é claro. Cabe a todos como inteligências individuais buscar caminhos diversos sem ter apenas a atitude passiva de seguir e consumir. A inteligência humana PRECISA, para sobreviver, ser melhor e maior do que as supostas inteligências artificiais. É esta inteligência humana que potencializa o maior de todos os nossos legados: a criatividade, que só se manifesta em toda sua plenitude quando a liberdade está presente oferecendo amplitude e diversidade de visões.

Sem esta liberdade criativa o único produto que teremos será o ‘ouro de tolos’.

É para se pensar…

Como podemos ajudar?
Na ER Consultoria possuímos metodologia própria, conhecimentos testados e experiência prática para o desenvolvimento e aplicação da Gestão de Conhecimento para a produção de Conhecimento e Inovação. Além de podermos orientar boas práticas em relação ao uso de ferramentas tecnológicas com vistas a produção e tramitação de documentos digitais.

Veja nosso Portfólio de Cases e o que nossos clientes tem a dizer.

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* Versão revista e atualizada de post publicado originalmente do meu Blog, o Pensados a Tinta

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