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Direto ao ponto: Gestão Documental e a Babel Algorítmica

Por: Eliana Rezende

Por largo tempo em minha carreira tenho me dedicado à Gestão Documental, Preservação e Conservação de Acervos, Organização de Arquivos. Em muitos casos, este trabalho antecedeu a tudo o que temos hoje em relação a tecnologias e ferramentas.  Talvez por isso, aprendi a lidar com documentação tomando em conta seu universo de produção, circulação e armazenamento. Talvez por isso, tenha aprendido a lidar com documentação tomando em conta seu universo de produção, circulação e armazenamento inicialmente em formatos que ainda eram analógicos e posteriormente em seus suportes digitais.

A mudança de suportes em si não é um problema, mas sim a forma em que lidaremos com eles no tempo, em especial se estamos preocupados com sua permanência e acesso no Tempo.

Observo que muitos se encantam por supostas “soluções” de GED e ECM acreditando piamente que a partir da aquisição das mesmas todos os seus problemas estarão resolvidos. Gosto sempre de repetir que são apenas ferramentas, e por conta disso, não trazem soluções a quem quer que seja. As empresas e instituições esquecem-se de que não é a ferramenta que lhes dirá o quê e como fazer!
Se a instituição não sabe como produz, a quem serve, e porquê necessita deste ou daquele documento, poderá adquirir ferramentas com bites de ouro, nada será resolvido.

Insisto muito que Ferramenta não é Solução

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Ainda é preciso dizer, que oferecer acesso às informações é muito pouco para uma suposta ferramenta. Veja: acesso todo meio digital dá, em maior ou menor grau. Diria até, que temos um excesso de informações nos meios digitais. O maior problema que de fato temos que combater é a forma como tais informações são produzidas, processadas, utilizadas e armazenadas no tempo. Se não tomarmos os devidos cuidados estaremos cercados apenas e tão somente de lixo, com uma ínfima parte de informações de fato relevantes e que gerarão “riqueza”. Portanto, é preciso que os responsáveis pela Gestão Documental nas organizações entendam de uma vez por todas que uma ferramenta que oferece pastinhas, caixinhas e fluxos em sua interface não traz absolutamente nada de inovador. Quem trará valor à uma ferramenta são àqueles que sabem exatamente o quê querem, como querem, porquê querem e em que tempo. Aqui não é a ferramenta a fazer nada pela organização.

A solução, enfim, precisa ser encontrada pelos produtores e usuários da informação nos ambientes organizacionais. Não existem receitas prontas ou que caibam em todo e qualquer caso. Cada situação, em cada ambiente e com o público específico de utilizadores e/ou clientes terão demandas diversas que não cabem em estratégias massivas.

Não é possível pensar em Gestão Documental de forma reduzida a documentos digitalizados (muitas vezes, usados com numeração automática em PDF) e pendurados em pastas ou fluxos. Em um espaço reduzidíssimo de tempo ninguém encontrará mais nada. Pois a digitalização desenfreada e sem critérios levará o caos já existente em formato analógico para o formato digital.

É fundamental ter claro que todo o trabalho de refino e busca de informação deverá ser embasado em técnicas de indexação com vocabulário controlado.

É neste ponto que procuro auxiliar às organizações: definir melhores estratégias e caminhos para que a produção, circulação e armazenamento da informação se dê com vistas à produção de conhecimento e inovação. Para que a informação armazenada seja de fato localizada dentro de uma lógica que faz sentido a todos os que necessitam de tais informações.
Não há mágicas! Há apenas trabalho.

Não serão ferramentas tecnológicas que trarão coesão, sentido, agilidade aos processos de Gestão Documental. Será exatamente a definição de uma política de Gestão Documental aliada à Políticas de Preservação Digital que farão isso. Devemos entender política, como algo que possui continuidade e que deve possuir uma boa arquitetura de construção, como forma de trazer solidez ao resultados e garantias de que se faz o melhor possível. Aqui o ponto é muito importante, já que muitas instituições que necessitam realizar a Gestão Documental são órgãos públicos que precisam cumprir aspectos legais. A complexidade neste universo aumenta, e muito, pois, para além do acesso precisamos nos preocupar com aspectos relacionados à sigilo, segurança, autenticidade. Em especial se os documentos também estão em formato digital.

Definitivamente não há soluções simples ou fáceis. Todas exigem rigor e amplo domínio de procedimentos técnicos, jurídicos, tecnológicos. Daí que é muito importante não se seduzir por uma mera ferramenta tecnológica. Há muito mais envolvido!

A Política de Gestão Documental deve ser compreendida de forma sistêmica e tal como é estabelecida em lei. Como forma de auxiliar nesta compreensão preparei este slideshare.

Veja:

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De tudo o que disse, e o que verdadeiramente conta é a necessidade de compreendermos de uma vez por todas que processos digitais envolvem a digitalização da sociedade. É preciso que simplesmente entendamos que o grande motor de mudança nas organizações  na forma como geram, buscam e guardam suas informações está nas pessoas. São elas que trarão o gênio da inovação e das soluções verdadeiramente inteligentes dentro das organizações e não ferramentas vendidas como solução!

Se continuarmos a utilizar os mesmo paradigmas de sempre não obteremos resultados satisfatórios. Não podemos pensar em gestão documental com pressupostos de séculos passados usando arquivos e ficheiros em ambientes digitais. O mundo hoje oferece a experiência da digitalização de meios, formatos, pessoas, relações, com dados que armazenados e cruzados geram informações e estas são localizadas por algorítimos. É uma trama que altera completamente as relações entre produtores e usuários da informação.

A babel algorítmica precisa de um dialeto próprio que comunique e interligue objetos e objetivos. Ao mesmo tempo, se não houver um bom trabalho de enriquecimento deste “vocabulário” teremos uma ferramenta entediante e repetitiva (pois assim são todos os algorítimos).
Aqui está a lógica que a boa Gestão Documental necessita buscar.

Como podemos ajudar?
Na ER Consultoria possuímos metodologia própria, conhecimentos testados e experiência prática para o desenvolvimento e aplicação da Gestão Documental e Memória Institucional em empresas de diferentes segmentos e suas áreas de atuação. Além de podermos orientar boas práticas em relação ao uso de ferramentas tecnológicas com vistas a produção e tramitação de documentos digitais.

Veja nosso Portfólio de Cases e o que nossos clientes tem a dizer.

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O que é Arquitetura de Informação para Portais Institucionais

// Por: Lionel Bethancourt

A Arquitetura de Informação é fundamental quando queremos comunicar ideias e informações. Mas em geral, as pessoas e instituições esquecem-se completamente disso quando elaboram seus Portais Institucionais.

Observe:

O span de atenção do usuário é miticamente curto. Imagine um usuário tentando entender e, ao mesmo tempo ler, o que está escrito na sua página. Antes da página carregar totalmente, ele já saiu apertando somente um botão! Não importa o quão importante seja a sua mensagem, serviço ou produto.

Para Krug (2000): “Quando desenhamos uma página web, faz todo sentido imaginarmos um usuário racional e atento. É natural assumir que todos usem a internet da mesma forma como a usamos. E, como todo mundo, pensamos que nosso comportamento seja mais ordenado e sensível do que realmente é.”

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O que é Arquitetura de Informação?
Arquitetura de informação (AI) é ordem e sentido.
Os ‘loci informacionais’ (Oliveira, 2016) onde as informações digitais são assentadas. Esta estrutura, e sua repetição, faz com que as informações sejam mais fáceis de serem compreendidas. E que varias informações, diferentes mas relacionadas, possam ser aproveitadas ao mesmo tempo sem causar confusão ao usuário.
Ou, o que é muito pior: frustração.

Würman a define como: “a emergente ocupação profissional do século XXI que aborda as necessidades da Era, focada na clareza, na compreensão humana e na ciência da informação”.

O objetivo principal do arquiteto de informação é:
Definir a missão e visão para o portal, equilibrando entre as necessidades da organização e àquelas da audiência.
Determinar quais conteúdos e funcionalidades haverá no portal.
Especificar como os usuários encontrarão a informação no portal, definindo sua organização, navegação, nomenclatura e sistemas de busca.
Mapear como o portal irá acomodar mudança e crescimento.

Pode parecer óbvio, mas a Arquitetura de Informação é sobre o que não é óbvio. Os usuários somente percebem a Arquitetura de Informação quando ela não funciona, ou seja, quando os objetivos não são alcançados ou quando problemas surgem. Contudo, quando ela funciona, imediatamente o atribuímos a qualquer outro elemento (gráficos, sistema de busca, et-cetera), e não ao trabalho bem executado do Arquiteto de Informação. Não há uma descrição adequada para os componentes intangíveis que constituem a arquitetura na web page.

De fato, se a Arquitetura de Informação pode ser descrita como uma disciplina, ela não será uma disciplina com limites definidos (Batley, 2007).

Os elementos da Arquitetura de Informação são: sistemas de navegação, sistemas de nomenclatura, sistemas de organização, indexação, métodos de pesquisa e metáfora. Estes elementos são difíceis de mensurar e por isso mais difíceis de comparar. Mas, uma vez em funcionamento eles se transformam em ecossistemas. “Onde contextos e meios estão tão fortemente interconectados que nenhum elemento único pode se destacar como uma entidade isolada” (Morville, 2014).

O arquiteto de informação deve ter que identificar tanto os objetivos do portal, quanto as informações sobre, e com, o qual será construído. Muitos designers esquecem, por exemplo, que espaços brancos são componentes tão importantes quanto qualquer outro componente da página.

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Organizando a Informação
Nosso conhecimento do mundo depende muito da nossa habilidade de organizar a informação. Organizamos para entender, explicar e controlar. (Krug, 2000)
A Arquitetura de Informação, muito como a biblioteconomia, organiza a informação para que as pessoas possam encontrar as respostas certas às suas perguntas. E a internet nos brinda com um ambiente muito mais flexível onde a organizar.

A tarefa que antes era própria dos bibliotecários, a força descentralizadora da internet obriga a cada um de nós, hoje.
Como nomear conteúdo? Existe algum sistema de busca que possamos emprestar? Quem catalogará toda essa informação? Isso foi serviço unicamente de bibliotecários, antigamente, hoje todos fazemos.
Uns mais, outros muito menos.

Devemos também levar em consideração que, por mais etéreas e fugazes que sejam as web pages num portal, elas, por definição (informação + suporte = documento) são documentos (Rezende, 2007). E, tanto quanto na Gestão Documental, estamos atrás de racionalidade e transparência administrativa.

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Apesar disso, organizar informações não é assim tão fácil, não. Por exemplo; cada um de nós temos nossa própria versão sobre quase qualquer tema. Fazer com que (quase) entendamos o mesmo, enquanto as alternativas incluem formas, cor, som e movimentos é extenuante. Sempre haverá uma outra forma de explicar a mesma coisa.
Hierarquia, conteúdo e forma, um tripé fundamental quando pensamos em Arquitetura de Informação.

Depois de tanta organização e sistemas disto e daquilo, o único elemento da Arquitetura de Informação que sobra é a metáfora.
Apesar que a web é muito diferente da televisão, perceba como termos da última são usados na primeira. A metáfora é a ferramenta usada para mostrar conceitos novos como situações familiares (Nielsen, 2000). Para comunicar ideias complexas e gerar entusiasmo (Rosenfeld, 1998). É executada quando seu portal ensina, explica ou surpreende usando “degraus” que levam o usuário do ponto A até o ponto X que seu portal quer.

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Crédito de Imagem: Equilíbrio – Lionel Bethancourt

Uma vez resolvidos todos estes elementos; selecionar, indexar e hierarquizar a informação, escolhido os sistemas de busca e traduzidos os conceitos à linguagem reconhecida pelo usuário, sua arquitetura de informação estará disponível.
É  somente a partir deste momento que o Design de Informação terá melhores condições de desenvolver um projeto visual.

Nunca esqueça que o arquiteto de informação trabalha para melhorar (moldando, adequando) o conteúdo do cliente, junto com os desenvolvedores e designers, para facilitar a transmissão de informação e conceitos novos e, finalmente, para que o usuário se sinta tranquilo e consiga entender as informações contidas no portal.
Usualmente visitamos e voltamos a visitar portais que achamos úteis.

Resumindo, Arquitetura da Informação é sobre entender e transmitir, com eficiência e eficácia, a ideia geral do portal e seu contexto.

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Como podemos ajudar?
Na ER Consultoria possuímos metodologia própria, conhecimentos testados e experiência prática para auxiliá-lo na melhor configuração de uma Arquitetura de Informação para o seu Portal Institucional que de fato atinja seu público alvo.

Veja nosso Portfólio de Cases e o que nossos clientes tem a dizer

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Referências:
Rezende, E. e Bethancourt, L., Design de Informação: O que é e para quê serve?, acessado em 22/10/2017
Enciclopedia de Clasificaciones (2017). “Tipos de páginas web”. Recuperado de: http://www.tiposde.org/internet/172-tipos-de-paginas-web/, acessada em 10/10/2017
Goto, K. & Cotler, E., Web ReDesign | Workflow that Works, New Riders, 2001.
Krug, S., Don’t Make Me Think! – A common sense approach to web usability, New Riders/Circle.com Library, 2000.
Nielsen, J. e Tahir, M., Homepage usability, New Riders, 2001.
Nielsen, J., Designing Web Usability, New Riders, 1999.
Niederst, J., Web Design in a Nutshell, Second Edition, O’Reilly, 2001.
Oliveira, H.P., Arquitetura de Informação Pervasiva, 2015. e-book
Rosenfeld, L. e Morville, P., Information Architecture for the World Wide Web, OReilly, 1998.
Tipos de Portais, in WGabriel, “Tipos de Portais”, http://wgabriel.net/arquitetura-da-informacao-e-webwriting/tipos-de-portais-web/, acessada em 10/10/2017.
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Bônus
Preste atenção pois vai precisar saber:
Pervasibidade: Capacidade ou tendência a propagar-se, infiltrar-se, difundir-se total ou inteiramente através de vários meios, canais, sistemas, tecnologia, etc.

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